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| | Notícia do Portal Exame: A Schin sob pressão |
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Durante mais de 70 anos, os negócios da Companhia de Bebidas Schincariol foram tratados como assunto de família. Desde 1939, quando a empresa começou a produzir tubaína na cidade paulista de Itu, lucro, prejuízo e queda nas vendas eram da conta do fundador da empresa, Primo Schincariol, e dos filhos e netos que o sucederam.
Foi assim até o fim do ano passado, quando a japonesa Kirin, uma centenária empresa com mais de 30 000 funcionários e faturamento superior a 45 bilhões de reais em 2011, comprou a cervejaria.
O negócio teve grande repercussão no setor, não apenas por a Kirin ter deixado para trás concorrentes maiores e mais conhecidos, como Heineken e SABMiller, mas principalmente pelos 7,1 bilhões de reais pagos — que fizeram da venda da Schincariol o negócio mais caro da história recente do mercado de cervejas.
O valor equivale a 17,8 vezes a geração de caixa da empresa no ano passado (a média do setor é 12 vezes) e fez com que analistas e concorrentes levantassem dúvidas sobre a sanidade dos executivos japoneses que aprovaram a compra. Qual seria o plano deles para justificar o preço pago?
Em silêncio desde o início das complicadas negociações de compra da Schincariol, os japoneses se pronunciaram em fevereiro e jogaram uma luz sobre suas intenções.
Ficou claro por que a Kirin pagou tão caro: a Schincariol é a grande fonte de esperança para reverter a aparente irreversível queda das vendas da empresa em seu país de origem — que, em 2011, representou 72% do faturamento das operações de cervejas e bebidas não alcoólicas da Kirin.
No ano passado, as vendas de cervejas no Japão caíram 6,5%; e as de refrigerantes, sucos e chás, 9,5%. “Os japoneses estão desesperados à procura de mercados em crescimento”, afirma o analista inglês Trevor Stirling, da empresa de pesquisas britânica Bernstein.
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